terça-feira, 20 de outubro de 2020

SEPARAR PRA ESQUECER

Uma das piores coisas do relacionamento é separar e não esquecer o ex, entrar numa fria e não poder voltar.

Na política então é terrível. Aí tu percebe que o ex tá em outra, não tá mais na tua, mas tu continua lembrando dele.

E se o casamento tava ruim, tava difícil aguentar a ex, agora como fazer pra conviver com o atual. Aquele que tu pensou ser diferente e viu que é pior, que de puro não tem nada.

Tem aqueles que levam na boa. Pediam votos de felicidade pra ela. E hoje já viram que o escolhido não presta, mas que manter as aparências e dar alguns elogios é melhor que romper de vez.

Nos dois casos a única coisa feia é ficar lembrando do ex. É pior do que ficar com o atual e jogar a podridão  dele na cara todo dia, tornando o relacionamento doentio.

O melhor de tudo é colocar um ponto final na antiga relação. Olhar para o atual, ter a tranquilidade pra admitir não é melhor que a ex e deixar  o ódio de lado (do ex nesse caso).

Seguir a vida sabendo que não existe conto de fadas na velha ou na nova política de relacionamentos. O casamento pode continuar, ou pode ser desfeito. Mas pra quem já foi dá um até breve e pra quem tá no poder pt saudações.

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Choram as águas

Parece piada que se discuta preço de água em plena campanha eleitoral. Aí vira comédia na versão dos candidatos. 

A situação em questão é o carimbo da incompetência política. Um deles não teve competência para gerir as águas do município e privatizou. O vice do outro, ajudou como vereador a entregar as águas para uma empresa.

E o que é pior, os dois candidatos são defensores e apoiadores da política do presidente que é de tirar a competência do poder público sobre os serviços prestados.

Então ou eles não sabem o que estão defendendo ou fazendo, ou eles estão brincando com a cara do eleitor.



domingo, 11 de outubro de 2020

Hoje tem Sinop

Depois de uma década de conquistas o futebol de Sinop viveu o jogo contra o São Paulo no gigante do norte pela Copa do Brasil como último grande momento, mesmo com a derrota, pois Marcelinho Boiadeiro foi o nome do jogo e o time daqui chegou a dominar a partida.

Depois o Sinop parou, voltou e nunca mais encantou. O time de Sorriso se flagrou e se afastou. O Luverdense se iludiu e caiu. 

Mas o Sinop não! O Sinop teve a coragem de voltar e ficar nessa insistência em repetir o erro. Nem mesmo quando pode ficar de fora perde a oportunidade de irritar o torcedor, como agora disputando a Série D do brasileirão.

E se a pandemia não  conseguiu parar o Sinop esse clube merece respeito. Se mesmo com todas as dificuldades tem jogadores encarando uma batalha que dificilmente trará glórias merece torcida. 

E se algum dia o Sinop tiver sucesso, condições econômicas, que fique de lição essa história de luta para afastar a soberba que costuma vir quando chega o profissionalismo.

Que o Sinop Futebol Clube mude pra melhor, mas que não deixe de lado essa delícia da simplicidade que existe no futebol amador. 


sábado, 10 de outubro de 2020

O último vereador

Uma eleição boa tem que ter bons candidatos. Tem que ter embate. Tem que ter divergência de idéias e tem que ter uma oposição forte na camara municipal. Caso contrário se torna uma eleição pré definida.

Parece que hoje o que acontece em Sinop é exatamente isso. Já temos o vencedor e agora só falta ver quem será o segundo mais votado e os vereadores.

Sinop chegou a esse ponto pelo tipo de política aqui adotada. Temos por aqui a política do agrada lá e agrada cá.

E olha que Sinop já teve um prefeito que era oposição ao governo federal e ao governo estadual e foi a prova de que na política essa arte de querer agradar a todos não deveria ser uma regra.

Mas se para o prefeito estar ao lado do governador, do presidente, facilita as coisas, para o vereador é um desastre.

E basta ver a situação do poder legislativo de Sinop. Qual o último vereador que saiu daquele poder com potencial para ser prefeito de Sinop?

A resposta mostra que Sinop precisa melhorar e muito o poder legislativo. Ali não  pode existir unanimidade, pois ela geralmente é burra. 



terça-feira, 6 de outubro de 2020

Avenida 77

Qual a melhor maneira de tornar atrativa a principal avenida da cidade de Sinop  para quem quer passear, trabalhar ou consumir?

Claro que a melhor resposta não seria tirar todo o verde em uma cidade com o clima quente o ano todo. Imagina então ampliar o número de estacionamento para carros e motos, ocupando também para isso a praça Plínio.

O resultado da retirada de árvores e de transformar tudo em concreto parece incomodar apenas naqueles dias de chuva que inunda tudo. Agora o resultado dessa furada que foi transformar estacionamento em via dupla por incrível  que possa parecer não incomoda e vai se ampliando para outra avenida.

Minhas propostas para a principal avenida em época de eleição e pandemia são duas. A primeira será a troca do nome. A segunda será ampliar o canteiro central, transformando em local de passagem para pedestres, com um corredor de muito verde da catedral até  a praça  da biblia e os carros e motos terão passagem, mas não mais local para estacionar.

Os comerciantes poderão atender os consumidores dentro do carro. Sendo que o motorista terá um tempo determinado para que o veículo permaneça no local, sem poder deixar o veículo estacionado e se afastar do mesmo.

Como Sinop tem uma secretaria de meio ambiente, será estudado o plantio de árvores no local, sem que se prejudique a visibilidade do comércio.

E para agradar mais ainda a troca do nome seria em homenagem ao político que se identifica e tem moral por aqui, mas de maneira discreta pra não ficar patético. Poderia se chamar Avenida 77. 




domingo, 30 de agosto de 2020

Irmãos Capellari no futsal

Beto, Roberto, Renato e Serginho. Os irmãos Capellari eram inspiradores nas quadras de Santa Rosa.

Beto era o melhor deles, jogava com a 12. Nos clássicos contra o Concórdia ali no ginásio Moroni torcia pro Juventus por causa dele. Depois sempre que podia jogava com a 12, o cara era fantástico dentro de quadra.

Roberto era a eficiência via nele o profissionalismo aquele que cumpriria o que era determinado em nome do resultado.


Renato era o talento despreocupado. Não parecia muito interessado em cumprir protocolos, jogava e se divertia.

Serginho era a magia. Poderia sim ter jogado mais que Beto. Mas aí os tempos já eram outros e o que lembro dele é de ser a estrela de um time de pequeninos que venceu a Olimpíada da USES pelo GEGA, um título improvável e histórico.

Algo que me marcou foi a humildade dos meninos. Eu ainda não disputava campeonatos diferente dos dois irmãos. Aí numa tarde eles estavam na quadra da VIGOR e resolveram jogar. Nosso time era pior, aí jogando contra o time deles em um lance eu driblei um e coloquei a bola no meio das canetas do outro e fiz o gol.

Pra minha surpresa, um deles veio me cumprimentar. Aquele gesto foi muito importante.

Outro fato marcante que lembro foi de um jogo no Moroni, em homenagem ao irmão Beto que tinha falecido, Renato fez um gol e foi abraçar a namorada do Beto que estava ali, a comemoração dos dois foi emocionante.



quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Agosto pra alertar



Em um mês a situação piorou e muito na cidade de SINOP no que se refere ao COVID-19 e hoje chegamos a marca triste de perder uma vida por dia para o coronavirus e também confirmar o dobro de contaminados.

No dia 27 de julho a cidade tinha 54 mortes e 1.847 casos confirmados.

No dia 27 de agosto Sinop tem 84 mortos e 3.555 casos confirmados.

A primeira morte por coronavirus completou 120 dias.

O anúncio de um decreto para conter a contaminação completa 5 meses, quando a prefeita de Sinop atendeu pedido do ministério público e anunciou medidas restritivas.


quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Aqui é normalidade



No Brasil completamos 6 meses de convivência com o coronavirus e chegando a 117.000 mortos. Mato Grosso tem hoje 2.653 mortes.

Sinop inicia setembro com a secretaria de educação propondo a volta das aulas presenciais nas escolas públicas no início de setembro. Vale lembrar que as particulares já voltaram, depois pararam, e hoje estão abertas e podem ter aulas normalmente.

Aí podemos concluir que por aqui a situação está boa, mas não, a situação é péssima. Sinop tem hoje 81 mortos. Para se ter idéia quando completou 90 dias da primeira morte por Covid-19 Sinop tinha 54 mortes.

Hoje, 30 dias depois a cidade somou 27 mortos. Nem vamos colocar o número de contaminados. Não vamos falar sobre falta de leitos de UTI. Afinal, se a morte já não assusta então não falta mais nada pra dizer: nós vencemos o coronavirus e continuaremos vencendo! Do nosso jeito, como se conviver com ele fosse algo normal.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Volta pra incomodar



Em 2004 foi a última vez que o PT colocou candidato para prefeito de Sinop. O partido nunca teve força local. Mesmo em anos nos quais o governo federal era petista. Deixou a cargo do PMDB o protagonismo para divulgar as obras e investimentos federais, até colocou um vice que acabou saindo e teve um vereador, um empresário que na verdade não era um petista.

E quando disputou a prefeitura o postulante ao cargo e a sigla parecia não ter entendido que o PT tinha mudado, por aqui era o discurso utópico. Mas no debate era muito boa a participação do candidato petista que incomodava os adversários e agradava a militância, mas a campanha e o discurso era da década passada, de quando o partido perdia as eleições.

Quando teve a oportunidade de se destacar não conseguiu, agora que era pra estar morto, vai pra campanha. Ganhar é praticamente impossível, estar novamente junto de quem vai vencer não. Agora é esperar pra ver o quanto o PT de Sinop vai incomodar.

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Câmara fechada com presidente



A imagem do protesto é da frente da câmara de vereadores de Sinop. Todos os vereadores de Sinop declararam apoio ao presidente nas eleições e na última semana, com apoio de todos vereadores, concederam o título de cidadão sinopense ao presidente do Brasil.

Na semana passada também vereadores e funcionários do legislativo foram afastados por contaminação pelo coronavirus e o poder legislativo está fechado.

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Um acerto na pandemia



A foto é do centro de Sinop no dia 19 de março de 2020. Quem andou pela principal avenida da cidade naquela semana percebeu que as pessoas tinham medo das notícias e não iam pra rua, por conta própria. Foi uma semana, ou pouco menos que Sinop parou. Depois veio uma sequência de erros e perdemos o medo.

Parece estranho e é mais estranho ainda que conforme aumentam os casos, as mortes, menos as pessoas param. Nem mesmo quando faltou leito de UTI tivemos receio. Se conseguiu justificar que faltava em Sinop mas enquanto o Estado tivesse mais de 50% de leitos disponíveis poderíamos levar a vida na normalidade, com máscara é claro.

Quando o Estado ficou beirando os 100% de leitos de UTI ocupados continuamos firmes, sempre lembrando que os leitos do Hospital Regional estavam lotados, mas não com pacientes da cidade de Sinop e sim do Estado.

Sinop também investiu no tratamento do coronavirus com o kit covid, mas com o secretário de saúde (que foi um dos primeiros infectados) alertando que não existia comprovação da eficácia dos medicamentos distribuídos.

Vamos completar 5 meses e agora estamos comemorando por sair do grau de risco alto da classificação do governo estadual. Mas na cidade nem tudo esta errado. As aulas nas escolas municipais continuam paradas. Ou seria melhor a gente dizer que em Sinop ta tudo certo e uma medida está errada sobre a proliferação do vírus, que é justamente de manter escolas fechadas durante todo este período.







terça-feira, 28 de julho de 2020

QUEIMADA CHÁCARAS



Dia de vento forte e queimada em Sinop. Hoje o fogo atingiu as chácaras, mata e área de plantação de milho na avenida Integração. Bombeiros ajudaram apagar as chamas e por pouco o fogo não atingiu as casas dos sitiantes das chácaras Nova Canaã.

sábado, 25 de julho de 2020

Raoni deixa Sinop



Uma semana depois o cacique Raoni deixou o hospital de Sinop e volta para casa. Raoni vai continuar o tratamento e o luto pela morte da esposa. No hospital ele falou sobre os momentos difíceis que estamos passando por causa do coronavirus e pediu cuidados para a comunidade indígena.

Raoni também demonstrou preocupação com o líder indígena e amigo Aritana Yawalapiti diagnosticado com Covid-19 que está na UTI.

sábado, 18 de julho de 2020

RAONI INTERNADO EM SINOP



Acompanhando a chegado do cacique Raoni em Sinop. Ele chegou para tratamento em um hospital da cidade. Raoni perdeu a esposa e depois disso tem passado mal. Devido a pandemia a comunidade indígena procurou tomar todo cuidado pra garantir cuidados especiais ao líder indígena brasileiro.

quinta-feira, 16 de julho de 2020

FLA-FLU




Não foi só um jogo feio. Foi uma grande bestialidade uma final de campeonato agora. O futebol que é pra encantar serviu pra envergonhar.

O jogo tinha todos ingredientes para dar errado e deu. Até o jogo foi horrível. O gol foi feio. E tivemos um campeão.

Sim, tivemos um campeão e daí? O que comemorar? Foi patético, mas tem gente que acha normal esse vexame do campeonato estadual e quer fazer o mesmo.

O jogo de ontem serviu para uma coisa: dar exemplo do que não deve ser feito. Não é hora para futebol, ontem o jogo perdeu a graça.

GRENAL DA PANDEMIA



Já tivemos o GRENAL do século vencido pelo Inter. Agora teremos o GRENAL da pandemia. Ou poderá ser lembrado como GRENAL dos sem noção. Afinal quem quer saber de futebol em um momento como este que vivemos.

O que deveria ser feito é o cancelamento do campeonato estadual. O Caxias como campeão do primeiro turno decidiria com o vencedor do primeiro turno do ano que vem o campeão de 2020.

Aí o campeão de 2020 e vencedor do primeiro turno estaria também credenciado para jogar a final de 2021 com o campeão do segundo turno valendo o título do ano que vem.


quarta-feira, 15 de julho de 2020

Nosso problema é dengue



Parecia brincadeira mas a frase "nossa preocupação é a dengue" foi colocada na tribuna do poder legislativo de Sinop lá no início da pandemia. A fala de vereadores até se justificava, afinal Sinop tinha realmente problema com a dengue. Mas o que não tinha justificativa era a falta de uma cabeça pensante para discordar e alertar sobre o tamanho do problema que viria.

Para se ter idéia a dengue até 25 de março teve registro de 3.258 casos, 2 óbitos confirmados e 1 estava em observação. O número de casos é alto, mas isso não é ruim, pois Sinop sempre conviveu com a dengue e notificar casos ajuda e muito no combate.

Em 25 de abril Sinop teve a primeira morte por Coronavirus e tinham 20 casos. Vamos completar três meses e hoje Sinop tem mais de 1.000 casos confirmados, mais de 1.000 testes positivados e 41 mortes.

Definitivamente nosso problema é maior do que imaginamos. Maior do que estamos vendo. O inimigo adora que a gente continue acreditando que ele não existe e que o perigo vem da picada do mosquito e não de uma pitada de ignorância.

terça-feira, 14 de julho de 2020

Kit salva

Sem remédio a solução era isolamento e testagem em massa. Sem um, nem outro o Brasil se tornou vergonha mundial.

Uma pandemia exige união de todo país para controlar o virus e diminuir as mortes, o Brasil dividiu a responsabilidades, cada gestor foi abrindo caminho para o vírus entrar enquanto o caos era anunciado.

Mato Grosso vive o caos. Mas Sinop, segundo autoridades municipais é exemplo para o Brasil no que se refere ao tratamento dado ao coronavirus.

Sinop segundo gestores sofre por receber doentes de outras cidades. Não sendo assim, teriam leitos para todos. Sinop "parou" os serviços não essenciais (educação e eventos) e seguiu firme.

Sinop aprendeu rápido a viver a normalidade em meio ao caos nacional e estadual. Por aqui vereadores acreditaram (não sei se ainda acreditam) que o problema da cidade é dengue.

Sinop optou pela transferência de responsabilidade. E a tática não pode ser condenada, pois em uma pandemia na qual cada um quer uma coisa, mesmo um gestor que tenha lucidez pode acabar ficando louco.

Então se o caos está instalado, se o Brasil virou uma loucura Sinop exemplarmente continuou rondando o remédio amargo e o diagnóstico do médico que a gente não quer ouvir: testa e fecha tudo.

Sinop não abandonou em nenhum momento essa possibilidade e flerta com ela. Mas a cidade é iluminada e seguiu a orientação do médico que agrada mais ao paciente: prevenção e remédio.

Assim hoje Sinop decidiu investir no tratamento da doença. Especialistas falam que não tem remédio. Sinop nunca disse que tem. Mas se não tem remédio dizem que tem tratamento e se não tem leitos de UTI por causa dos outros, não seria justo a cidade ter que parar. Então Sinop distribui o kit Covid e tudo segue dentro da normalidade.

Se a normalidade no pais é o caos nós podemos nos orgulhar. Afinal de contas Sinop é um exemplo de cidade em meio ao caos.

segunda-feira, 13 de julho de 2020

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Que se finja normalidade

Em meio ao caos o que esperar de um país que se acostumou com a estupidez? Normalidade. Assim que o Brasil resolveu encarar a pandemia. É impressionante o quanto estamos preparados para enfrentar o perigo como se ele não existisse.

E não adianta falar que também não tem remédio, pois se não inventaram, gente inventa até para prevenir a doença e continua a tocar a vida diante da morte.

E não interessa quem vai ficando pelo caminho. A gente continua. E por incrível que pareça, com tanta gente alertando, estudando, avisando, se continue errando.

Como pode ser tão difícil tomar atitudes inteligentes pra simplesmente se proteger? Tem absurdo maior que termos partidas de futebol em campeonato estadual justamente agora? Tem. Os brilhantes dirigentes do futebol brasileiros já definiram as datas de início de campeonato nacional.

Tudo que o país do futebol precisa hoje é não ter futebol. Futebol é alegria. E não tem como se ter alegria quando se morre tanta gente por dia.

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Igreja não é comércio

A pandemia veio pra nos matar, se não pela morte morrida, pela vergonha. Não existe nada mais vergonhoso que o trato de uma situação catastrófica em todo o mundo, como a do Brasil.

Os absurdos desde o início mostraram que somos um país de gente medíocre, gente egoísta, gente que não sabe acolher a dor do próximo e pior, gente que não respeita a ciência e por consequência essa gente faz as instituições perderam seu valor.

De todos os segmentos que pleitearam a reabertura (e todos tem esse direito) o que mais me chamou atenção foi o das igrejas.

Impressionante como uma instituição religiosa, mesmo com todas as normas de segurança tenha a falta de sensibilidade em abrir igrejas para acolher pessoas quando a orientação é para se manter em casa e sem aglomerações para um caos que estava por vir e agora veio.

Com o caos, claro, as igrejas voltaram a fechar. Agora é esperar que tenham pelo menos a sensibilidade de não querer se comparar a comércio pleiteando reabertura em meio ao caos.

A função da igreja é acolher e pregar a proteção a vida, a tolerância e o amor ao próximo. E mais que nunca é fundamental que as igrejas mantenham o próximo bem distante, inclusive da igreja.

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Tinha comorbidades, e daí!

Me chama atenção que mesmo com mais de 60 mil mortes ainda tenhamos a justificativa de que tinha complicações, quando se tem uma morte por Covid-19.

Embora seja uma informação, percebo que é geralmente usada, como tudo relacionado ao vírus, de forma equivocada.

Não é por ter comorbidades que o coronavirus vai matar a pessoa. Se mesmo morrendo mais de mil por dia ainda temos que colocar que (PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS E COVID-19, A MULHER TINHA COMORBIDADES COMO FIBROMIALGIA, HIPERTENSÃO E OBESIDADE) é por ainda não entendermos o tamanho do problema.

O vírus mata muito mais que os números alarmantes e não tem vacina, não tem remédio, não tem leito pra todos. E não tem justificativa, quando confirmada a contaminação a morte é por Covid-19.

domingo, 21 de junho de 2020

Depois de Marcelinho Boiadeiro

Marcelinho Boiadeiro foi o melhor jogador de futebol de Sinop. Se teve outro não vi jogar. Mas se alguém discorda então digamos que Marcelinho foi o melhor camisa 10. Mas e depois dele, teve outro? Sim, tem outro e Rubinho continua jogando. Hoje no Paraguai o melhor camisa 10 de Sinop é um apaixonado pelo time da cidade. Conversando com o pai dele em um jogo na cidade de Sorriso o pai me falou que o sonho dele era estar jogando no Sinop. Que era apaixonado pelo time. Mas o menino que surgiu aqui foi para o Grêmio, depois rodou por vários clubes e marcou época no Luverdense. Craque, mas uma coisa sempre me incomodou. Qual o motivo de ter tanta qualidade e ser um jogador que "sumia" em certos momentos do jogo. Acredito que não se firmou em um grande clube por isso. Mas Rubinho, mesmo sem ter jogado e brilhando no Sinop é, depois de Marcelinho Boiadeiro o melhor camisa 10 que Sinop tem no futebol.

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Chamem o astronauta

Se Deus é brasileiro eu acho que ele nos abandonou. E também a gente provocou tanto. E continua usando o nome dele em vão. Parece que nosso pecado não está tendo perdão. Parece que ele cansou e deixou pra que os anjos da guarda tomassem conta da gente e esses anjos não estão dando conta de atender todos nossos desejos.

A demanda é grande e como lidar com gente que confunde tudo e depois de 4 meses ainda não entendeu que estamos numa pandemia. Meu Deus! O senhor podia ter piedade de nós. Poderia dar de volta o poder ao presidente para evitar essa tragédia que governadores e prefeitos estão nos levando. Afinal, uns querem garantir a saúde, outros a saúde financeira. Meu Deus a gente sabe que o senhor não precisa aparecer na goiabeira pra dizer meus filhos, nós estamos numa PANDEMIA!

Pai nosso que estais no céu, perdoai nossos pecados. Mesmo aqueles que não cometeram o pecado, te pedem uma luz. Se o senhor está tão aborrecido com teu povo e a gente entende bem o sinal pois nada é mais claro que no país do futebol o senhor nos tenha mandado eleição e nos tirado a bola, em plena pandemia.

A gente sabe da tua magnitude em não interferir em nossa liberdade de escolha. Mas nossa liberdade de escolha tá nos custando tão caro. Nossos erros parecem não ter fim. A gente sabe que deve usar teu nome pra agradecer, mas é preciso pedir. Temos todos os defeitos, mas ninguém percebeu que o Senhor colocou no governo um ministro astronauta. Ninguém está percebendo um sinal de que ele não foi pro espaço, embora não tenha aparecido ainda.

Meu Deus ilumine o Messias mostre pra ele que quando tudo está fora da órbita ele tem ao lado, além do poder, da sabedoria, um astronauta. Não diga que foi escolha sua. Deixe ele acreditar que acertou na escolha para nos salvar. Mas Deus, não permita que nossa fé, nossa esperanca de sair dessa vá pro espaço.



domingo, 7 de junho de 2020

Futebol, religião e política

Nunca participei de grupo de família, aí esses dias me enfiaram em um. Comecei acompanhar e como estamos numa pandemia, mais de 1.000 mortes por dia e um dos familiares enviou 1 vídeo de um médico defendendo uso da cloroquina como remédio para Covid eu mandei outro de um infectologista que trabalha em hospitais públicos e privados e que resumia alertando que o único remédio para quem tá na UTI é leito com toda aparelhagem e profissionais altamente qualificados para tratar o paciente. Aí já me mandaram que não poderia falar de política, futebol e religião. Não entendi e resolvi ficar mais um pouco, afinal, falei de saúde. Aí noutro dia postei sobre a quantidade de mortes. Nada de política, mas pra alertar que estamos num período crítico e que vai piorar. Novamente fui censurado com os mesmos argumentos da primeira vez. Aí me disseram que todo mundo tem rádio TV e internet. Respondi que muitas vezes pode faltar uma informação confiável. Aí veio o "Globo lixo nem assisto" pronto, sai do grupo. Vejam bem, o grupo não quer que fale de política e eu não entendi (ou melhor eu preferi fazer de conta que não entendi) até ter a prova do motivo. Mas a situação é tão patética que me parece que o ódio que durante a campanha era pelo vermelho agora é por uma emissora de TV. E se manifesta simplesmente por passar informações que não agradam quem quer que não se fale sobre política. Eu entendo que hoje falar sobre política pra quem não tem como defender uma posição é difícil, agora querer que as pessoas se calem sobre a catástrofe para agradar um governo aí é transformar esse país numa Venezuela.

terça-feira, 26 de maio de 2020

Projeção de mortes

Serão 125 mil mortos por Covid-19 em agosto de 2020. Antes a projeção era de 88 mil mortes. Os números são do modelo usado pela Casa Branca. Para que não estejam errados basta o Brasil continuar fazendo o que vem fazendo. Hoje temos 23 mil mortes. Como estamos perdendo 800 brasileiros por dia a conta é simples. Em 3 meses serão 72.000 mortos. Mais 23.000 e já teremos superado a primeira projeção. Serão 95.000 mortos em agosto.

segunda-feira, 25 de maio de 2020

Merda atrás da porta

Um pai que tenha que apelar pra escuta atrás da porta para que um filho não use drogas. Um pai que tenha que apelar pra escuta atrás da porta para a filha não engravidar só não seria mais constrangedor que ele se orgulhar e querer fazer dessa prática deplorável um exemplo.
E mesmo que o pai esteja ali, com outros pais e até com uma mulher, em uma reunião que não estaria todo mundo vendo é deprimente.
É claro que a gente já ouviu posicionamentos bem piores sobre a educação dos filhos. Mas ouvir qual pai que nunca ficou atrás da porta, que depois que o filho tá nas drogas, que a filha engravidou, que nao adianta mais, é uma bosta.
Se você é pai e teve problema com drogas. Se você é pai e a filha engravidou. Não se culpe por não ter ficado atrás da porta. Quem acha que o papel de um pai é ficar atrás da porta prova que não tem ética para educar um filho. Não é feio ter um filho com problema com drogas e não se resolve o problema bisbilhotando atrás da porta. Não é feio a filha engravidar sem você saber. Feio é você não estar preparado para ser um bom pai no caso do menino que se envolva com as drogas. Ou pior, não ter a capacidade de ser um avô no caso da filha que engravide.
Então seja o estrume que fertiliza a ética na vida do seu filho, mas não seja a merda que fica atrás da porta.

domingo, 24 de maio de 2020

Desculpa esfarrapada

Quando o pedido de desculpa do condenado é mais adequado do que o pedido de desculpa do juiz que o condenou fica claro o papel que cada um exerce no momento histórico do país. O pedido do condenado pouco importa, mesmo que tenha se dirigido a cada um dos brasileiros pelo fato dele não participar exercendo cargo público desde 2010. Mas em relação ao ministro que participou ativamente do processo eleitoral. Que aceitou um cargo no governo. Que saiu do governo com o presidente falando que ele só aparecia nas boas, nos revelou o quanto foi bom ex ministro ter abandonado a justiça. Não é justo que o ex ministro tome uma decisão (e veja bem, isso deveria ser especialidade dele, tomar decisão certa) de pedir desculpas para o eleitor do presidente. E não é pelo fato do eleitor do presidente não merecer. O pedido de desculpas demonstra que o ex ministro era despreparado para o cargo. As desculpas pedidas ao eleitor do presidente se justificariam em período eleitoral. A desculpa que ele deveria pedir é ao cidadão brasileiro, por ter aceitado o convite e ter corroborado com parte de juristas que contestam o processo. O pedido de desculpas ao eleitor mostra que ele pensava em eleição quando deveria pensar em governo, que é (ou deveria ser) para todos. Aliás, tomara que quando condenou, que quando juiz ele não tenha cometido o mesmo erro, pensando nos eleitores.

sábado, 23 de maio de 2020

Tudo vira bosta

Reunião prova que o presidente tá certo! A divulgação foi reveladora de como a gente melhorou. Hoje não existe mais aquela formalidade, o tratamento e o papo é reto. Não é preciso fazer firula pra colocar quem vá defender os familiares e amigos onde bem entender. E aliás, quem não faria isso? Pode acontecer nas esferas estaduais e municipais e aí quando o presidente vai fazer tá errado! Sinceramente o que se viu e ouviu não tem nada de novidade e só prova que o eleitor que votou nele acertou. Quanto aos palavrões mostram mais humanidade. Quando se refere ao antigo aliado como aquele "bosta" é até bonito. Eu adoro aquela música da Rita Lee, Tudo Vira Bosta. Foi bacana! Sabe quem tá achando ruim? Os mi mi mi. Aqueles hipócritas que ficaram indignados e não votaram nele por ter usado a frase enaltecendo um torturador de uma mulher para justificar um voto. Ou aqueles petralhas que não entenderam o sentido figurado de se metralhar opositores em época de eleição. E não se esqueça.
Esse governo e o passado
Vai você que eu tô cansado
Tudo vira bosta

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Liderança de Lula e poder de Bolsonaro

A notícia mostra a fala absurda do atual e é normal. Afinal é o homem que tem o poder. Tudo que se refere a ele, a família e até aos amigos é mostrado, afinal é o presidente. Mas qual o motivo de mostrar o ex presidente falando um absurdo? A resposta é simples, e não é só por ter sido uma fala ridícula de um ex presidente, se fosse apareceria mais vezes. Lula apareceu por ser uma liderança! Lula não será mais presidente do Brasil. Seria se tivesse concorrido. Estaria lá hoje, e isso é fato. A liderança de Lula é tão grande que ele pode sim ajudar a eleger um futuro presidente. Não mais que isso. Lula é tão forte como liderança que aparece falando uma bobagem em meio ao caos no país e vira notícia . Duas falas de políticos que entraram para a história do país, um na sequência do outro nos mostram claramente a diferença entre poder e liderança.

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Série C nova fórmula


O Luverdense disputou a Série C de 2008 com mais 62 clubes e o jogo contra o Remo foi o mais importante da história do clube. Embora tenha tido feitos maiores aquele ponto improvável no Mangueirao deixou o time vivo para conseguir ter calendário. Sim, a Série C de 2009 significava estar em outro patamar. Quando se está na Série C começa a ter viabilidade praticar o futebol e nela se parte para o profissionalismo. A reportagem que fui acompanhar com o time era para cobrir o jogo. O jogo era pra cumprir tabela. Nestor Simionato saiu. Tiririca tava contrariado e querendo sair, tinha tudo para dar errado. Eu não acreditava, mas aí conversando com o Maico Gaúcho que era ídolo lá, ele me disse que dava pra ganhar, pois a pressão deles era grande, a situação financeira deles não era boa e dava pra se aproveitar disso. E deu mesmo, a escalação acertada de Tiririca, outro que fez história por lá, foi fundamental. O time se manteve vivo e consegui fechar além da matéria factual do jogo a do que significaria para os clubes se manter na Série C. Hoje o Luverdense está na Série D e a dificuldade para se voltar pra Série C, ao meu ver coloca aquele jogo contra o Remo como o mais importante da história do clube.

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Guardas noturnos

Noite fria em Santa Rosa e junto com Elio Bandeira fomos mostrar o trabalho dos guardas. O repórter Elio Bandeira tinha vindo de Porto Alegre. Lembro que a gente se divertia muito e especialmente nesta matéria, sobre ele não poder fazer a passagem. O repórter fantasma, que você ouve mas não vê na TV.

terça-feira, 12 de maio de 2020

Praia do Cortado

Parece até piada, mas em Sinop os órgãos responsáveis estão gastando dinheiro público para fazer o tipo de orientação da foto por avenidas centrais. Quem anda pelos bairros sabe da dificuldades de investimentos simples como pintar os postes com os nomes das ruas. Simples e barato se comparado com essa estrutura para indicar o aeroporto e outros pontos da cidade. Mas o pior de tudo que além disso se usa Praia do Cortado. Lá no início dos anos 2000, se teve investimentos e se criou um evento em volta do Teles Pires, na tal Praia do Cortado. Foi uma ideia bacana. Deu tão certo que depois tiveram tentativas de se fazer o festival de praia novamente, mas aí já não deu certo.

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Entardecer

Colégio Marista, Jardim das Nações, Sinop-MT.

domingo, 10 de maio de 2020

Final do campeonato

Hoje fiquei pensando na época de guri. Na dificuldade que teria para não ir jogar bola. Jogar bola era todo dia. Era sagrado. E o duro era que jogar na chuva que era bom, mas alguns não queriam ir. Aí a gente ligava, ia buscar pra completar o time, mas não perdia o futebol. Por isso me via representado toda vez que passava essa vinheta nos intervalos comerciais.

sábado, 9 de maio de 2020

Final de tarde

Maninho e Mauri

Maninho e Mauri, em um dos muitos momentos que marcaram a história da música em Santa Rosa e região.

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Turismo Santa Rosa


Gilnei Bauken quando secretário de Turismo em Santa Rosa. Na época o prefeito da gestão em que Gilnei fez parte substituiu Osmar Terra. Quem diria que anos depois aquele que foi prefeito iria ganhar destaque nacional de forma tão negativa, envergonhando o Rio Grande do Sul.

quinta-feira, 7 de maio de 2020

A máscara na sessão

A foto é do dia 16 de março. Vereadores pouco falaram sobre a Covid-19, lembravam que Sinop tinha que cuidar com a dengue. Mas parece que um dos servidores estava mais atento ao que acontecia no mundo e iria acontecer no Brasil. Um dia depois, tivemos a primeira morte no país.Hoje morrem 600 pessoas por dia, oficialmente, por Coronavirus. E na cidade é obrigatório o uso das máscaras. Não tenho acompanhado as sessões, mas vejo algumas divulgações de temas irrelevantes sendo abordados e nem fico surpreso. Mas o que impressiona é que ainda tem quem divulgue a imagem com a máscara sendo usada de forma errada. Tudo bem que as autoridades em questão não são da área da saúde. Mas basta prestar atenção naquele colega que os atendia la no dia 16 e fazer a coisa certa. É simples e notório.

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Goia na imagem

O tempo voa, nessa hora de diminuir o ritmo, de ficar em casa, também é hora de rever os arquivos. Essa é naquela hora que falta o repórter e a gente inverte os papéis. Aí foi de uma matéria no GEGA, e o cinegrafista era meu parente.

terça-feira, 5 de maio de 2020

Em tempo de Covid-19

Foto:Ana Reineke. Quem diria que em 2020, no dia 03 de maio, quando completei 21 anos de TV Centro América estaria trabalhando de máscara. Que a passagem seria feita de máscara. Tudo mudou e rápido.

Dínamo Juniores



Essa recebi do meu amigo Marcelo Moura, foram muitos jogos juntos em Santa Rosa. Valeu amigão!

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Documentário

Com o título "Crise brasileira e humor negro", o jornal francês Le Monde publica um artigo sobre o documentário "Brasil: o grande salto para trás", das francesas Frédérique Zingaro e Mathilde Bonnassieux, que será transmitido pela TV franco-alemã ARTE nessa terça-feira (18).

A correspondente do jornal Le Monde no Brasil, Claire Gatinois, escreve que em uma certa segunda-feira, no dia 17 de abril de 2016, o Brasil descobriu o rosto dos políticos que representavam a população na Câmara dos Deputados: conservadores, grandes fazendeiros, evangélicos loucos por Deus, homens apegados aos valores tradicionais e até saudosistas dos tempos da ditadura militar. Na maioria, pessoas corrompidas.

O artigo informa que durante a sessão de votação, que entrou madrugada adentro, esses deputados selariam o destino da então presidente Dilma Rousseff, reeleita em 2014, desencadeando o impeachment.

Este é o momento histórico do documentário "Brasil: o grande salto para trás", um momento-chave em que nosso país, numa crise vertiginosa, viu o seu futuro balançar. "É como o fim de um parênteses encantado aberto por Lula da Silva em 2003, legando prosperidade e permitindo que milhares de brasileiros saíssem da miséria, sem falar na projeção na cena diplomática internacional, tornando-se um ator relevante dos BRICS", escreve a jornalista, explicando que a indignação popular diante da corrupção de um Partido dos Trabalhadores desgastado pelo poder - corrupção que se alastra pelos partidos da direita e da esquerda - serviu de pano de fundo para o impeachment. "Desse instante nascerá o confronto, muitas vezes maniqueísta, entre os pró e os contra a destituição, opondo uma esquerda progressista e uma direita agarrada aos seus privilégios", analisa Claire Gatinois.

O documentário das cineastas francesas optou pela descrição desta fratura, centrando a narrativa em Gregório Duvivier, jovem humorista da esquerda, que fez a maioria das entrevistas, incluindo a própria ex-presidente Dilma.

Le Monde analisa que o telespectador é levado a seguir a interpretação muito pessoal do cômico, que serve de referência para se compreender a complexidade do Brasil. O percurso é revelador do sentimento de uma parte dos brasileiros: depois do impeachment, os militantes e simpatizantes da esquerda denunciam um complô anti-PT por parte de uma justiça enviezada e das mídias mais fortes, dando à destituição de Dilma ares de "um golpe de Estado parlamentar."

Como será o futuro agora? - indaga o documentário, colocando em foco a perspectiva de um triste destino para a esquerda nacional, a exemplo do que ocorreu em diversos países da América Latina. Le Monde constata que a conclusão do documentário é que, sem negar os erros do PT, a atual política de Michel Temer, marcada pelo rigor e pelas reformas que seduzem os mercados financeiros, compromete, com seus cortes, as despesas destinadas à saúde, educação e ajuda aos desfavorecidos.

sábado, 1 de abril de 2017

Mensalinho mato-grossense

O ex-presidente da Assembleia José Riva abriu, esta tarde, o reinterrogatório para a juíza Selma Arruda fazendo uma nova confissão afirmando que o “mensalinho” -pagamento de propina para deputados e ex-parlamentares- já existia na Assembleia Legislativa desde a gestão do ex-governador Dante de Oliveira (PSDB), já falecido. Depois, continuou nos demais governos, mas em 2003 quando Blairo Maggi (PP) foi eleito governador ele se recusou a pagar mensalinho aos deputados para aprovação dos projetos do governo. No entanto, Maggi propôs que aumentaria o valor do duodécimo repassado para a Assembleia e que a mesa diretora se virasse para contemplar todos os deputados para não haver divergências.

Segundo Riva, entre 2003 e 2005 foi movimentado R$ 1,1 milhão. “Em 2005 aumentou para 3,4 milhões. Em 2006 foram R$ 5 milhões. Em 2007 movimentou R$ 12 milhões, em 2008 movimentou 15 milhões e outros R$ 6, milhões em 2009", atestou, lendo planilhas com anotações manuais feitas por ele.

Riva disse que começou com repasses de R$ 15 mil para cada um dos parlamentares e ex, depois passou para R$ 20 mil e acredita que, ao final, antes de ser alvo do Ministério Público, o mensalinho repassado aos deputados estava na casa dos R$ 25 mil. Além dele, o ex-presidente aponta que foram beneficiados com "mesadas" Silval Barbosa, Sérgio Ricardo, Mauro Savi, Carlão Nascimento, Dilceu Dal Bosco, Alencar Soares, Pedro Satélite, Renê Barbour (falecido), Campos Neto, Zeca D`Ávila, Nataniel de Jesus, Humberto Bosaipo, Carlos Brito, João Malheiros, Eliene Lima, José Carlos de Freitas, Gilmar Fabris, José Domingos Fraga, Walace Guimarães, Percival Muniz, Wagner Ramos, Adalto de Freitas, Sebastião Resende, Juarez Costa, Walter Rabelo (falecido), Nilson Santos, Chica Nunes, Airton Português, Maksues Leite, Guilherme Maluf, Ademir Brunetto, Chico Galindo e Antônio Brito. Já Chico Daltro, José Carlos do Pátio, Ságuas Moraes, Verinha e Otaviano Pivetta estavam fora do esquema.

José Riva também confirmou que dinheiro desviado dos valores desviados da Assembleia, cerca de R$ 2,5 milhões, foram usados na compra da vaga de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado (TCE) que vinha sendo ocupada por Sergio Ricardo, afastado do cargo, recentemente, por decisão do juiz Luís Aparecido Bortolussi Júnior. Riva disse ainda que parte dos valores de propina também foi usada pelo ex-deputado Maksuês Leite, em 2008, para comprar uma emissora de TV. “Confirmo que foi daqui (Assembleia) que saíram esses R$ 2,5 milhões”, diz Riva.

José Riva atestou para a juíza Selma Rosane que o pagamento de mensalinho aos deputados ocorreu nas gestões de Silval Barbosa, Sérgio Ricardo - ambos ex-presidentes da Assembleia- e na sua gestão. Garantiu também que todos os deputados que eram contemplados e sabiam da origem ilícita do dinheiro. "Quero fazer uma confissão e colaborar com a justiça, o Ministério Público e apresentar nomes de novos agentes envolvidos nessa situação".

Fonte: Só Notícias

sexta-feira, 31 de março de 2017

Milhões em aposentadoria

AL de MT gasta R$ 17 milhões com aposentadorias de ex-deputados

Com uma lista de 103 beneficiados, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) gasta atualmente R$ 16,8 milhões por ano com o Fundo de Assistência Parlamentar, sistema de previdência privado exclusivo para deputados e ex-deputados estaduais. Os valores pagos a cada um variam entre R$ 3,2 mil e R$ 25,3 mil e constam do Portal da Transparência da ALMT.

No dia 22 deste mês, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a suspensão de seis leis estaduais (números 5.085/1986, 6.243/1993, 6.623/1995, 7.498/2001, 7.960/2003 e 9.041/2008) que instituem o sistema próprio de previdência para os deputados estaduais.

Distribuída para o ministro Alexandre de Moraes, a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 446 considera essas leis inconstitucionais. Entre os motivos está a Emenda Constitucional 20/1998, que proíbe parlamentares de terem regime próprio de previdência.

Entre os beneficiados pelo FAP estão deputados atualmente no exercício do mandato, como Gilmar Fabris (PSD) e Romoaldo Júnior (PMDB). O atual prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), também recebe o benefício. Os três ganham o valor integral da previdência, que é de R$ 25,3 mil.

As leis 7.498/2001, 7.960/2003 e 9.041/2008 chegaram a ser declaradas inconstitucionais em 2016 pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso, mas a decisão ainda não transitou em julgado e, com isso, o FAP continua sendo pago normalmente, segundo a Assembleia Legislativa.

"Concessão de aposentadorias e pensões com critérios especiais distingue indevidamente determinados agentes políticos dos demais cidadãos e cria espécie de casta, sem que haja motivação racional – muito menos ética – para isso", diz Janot na ADPF 446. "A benesse é desarrazoada e causa gravíssima afronta aos cidadãos e a preceitos fundamentais da República", continua.

O procurador-geral da República criticou os deputados por estarem legislando em causa prórpia, permitindo que os benefícios continuassem a ser pagos. "É, portanto, inadmissível elaboração de leis imorais, cujo único propósito seja privilegiar alguns poucos indivíduos, locupletando-os injustificadamente à custa das pessoas que sustentam financeiramente o estado com seu trabalho", diz outro trecho da ADPF 446.

Para Janot, a previdência fere ainda a competência da União para legislar sobre previdência. A ADPF pede decisão liminar para suspender as leis questionadas e que, depois, essa determinação seja referendada pelo Plenário do STF.

HISTÓRIA

O FAP foi criado pela lei nº 4.675 de 9 de maio de 1984, sancionada pelo então governador Júlio Campos (DEM), para dar assistência médica hospitalar e odontológica aos deputados, pensionistas e dependentes e também conceder pensões e direitos de sucessores. O prazo de carência era de dois anos.

A lei foi alterada por novas normas em 1986 e 1993 e estabelecia carência de oito anos para recebimento do benefício. Dessa última vez, a lei foi sancionada pelo então governador do estado, Jayme Campos, do DEM. Em 1995, a legislação do FAP foi extinta, mas sem atingir os deputados da 13ª legislatura, que puderam continuar a contribuir para ter direito à previdência futuramente.

Em 2001, a Lei nº 7.498, sancionada no governo Dante de Oliveira (PSDB), eliminou o prazo de carência, permitindo que os deputados da 13ª legislatura pudessem pagar os recolhimentos previdenciários de até 24 anos de contribuição de uma só vez. A mesma norma estabeleceu que não seriam admitidas novas contribuições para o Fundo a partir de 2003.

Depois, outras duas leis (nº 7.960 de 2003 e nº 9.041 de 2008), sancionadas por Blairo Maggi (PP) e Silval Barbosa (PMDB), permitiram que pudessem ter acesso ao FAP os deputados das 14ª e 15ª legislaturas. Entre os ex-parlamentares beneficiados por essas normas e que atualmente recebem aposentadoria estão Dilceu Dal“Bosco (PSDB), Eliene Lima (PSD), Emanuel Pinheiro (PMDB) e José Geraldo Riva.



Fonte: folha max

quarta-feira, 29 de março de 2017

Medalha Mérito Farroupilha

Sob aplausos e gritos de "me representa" e "fora Temer", o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) recebeu a Medalha do Mérito Farroupilha — maior distinção da Assembleia Legislativa do Estado — em cerimônia na noite desta terça-feira, no Teatro Dante Barone. No palco do teatro, Jean foi recebido com flores e abraços por representantes da causa LGBT e de movimentos sociais. As informações são de Zero Hora.

A medalha faz parte da cota da deputada estadual Manuela d'Ávila (PC do B), que decidiu homenagear o parlamentar — cada deputado pode entregar a honraria uma única vez durante todo seu mandato na Casa. A homenagem, no entanto, desagradou alguns integrantes da Assembleia, como Marcel Van Hattem e Sérgio Turra, ambos do PP, que alegaram que o deputado do PSOL não teria "serviços prestados" ao Estado.

"Não faço nada em troca de premiação, faço ações pelo que é justo. Recebo essa medalha para provar que o Rio Grande do Sul não é essa minoria barulhenta e odiosa que discursa contra essa cerimônia. Essa minoria desrespeita a mitologia farroupilha", disse Jean, em seu discurso.

Antes de entregar a medalha, Manuela defendeu em discurso sua decisão de agraciar Jean, que, segundo ela, promove "o grito pela liberdade, igualdade e humanidade para todo o país" e, portanto, "defende causas que influenciam diretamente o Rio Grande do Sul".

"Tu (Jean) inspiras quando lutas pelos direitos constitucionais para todos os brasileiros e brasileiras, para gaúchos e gaúchas. O Rio Grande do Sul faz parte do Brasil, e o Brasil não existe sem o Rio Grande do Sul", disse a deputada estadual.

Além de Manuela, também participaram do evento os deputados Jeferson Fernandes (PT), Stela Farias (PT), Miriam Marroni (PT) e Juliana Brizola (PDT), representando a presidência da Assembleia — Edegar Pretto (PT) não compareceu, pois está em licença paternidade.

"É uma noite de muita emoção. Muitas vezes falta emoção e coração aqui dentro. Estamos vivendo um avanço do conservadorismo no país, e o Jean representa a luta contra esse movimento no parlamento. São forças conservadoras que meu avô (Leonel Brizola) outrora lutou contra. O Jean simboliza um grito de socorro daqueles que são oprimidos todos os dias", disse Juliana.

Visivelmente emocionado, Jean Wyllys agradeceu a honraria e discursou, destacando, entre outros pontos, seu início de vida, as dificuldades enfrentadas pela sua orientação sexual, os direitos humanos no Brasil e, principalmente, a alegria e a representatividade de receber a distinção no parlamento gaúcho. O deputado também usou a figura de Anita Garibaldi para simbolizar a luta contra a diferença de gênero em uma sociedade machista:

"Anita Garibaldi foi além da luta contra a exploração do império, ela defendeu a liberdade de gênero em uma sociedade machista e opressora", afirmou o deputado federal.

ZERO HORA

segunda-feira, 27 de março de 2017

Por Lula Marques


Do fotógrafo Lula Marques em seu Facebook:

Os coleguinhas fotógrafos não querem ser chamados de golpistas.

São golpistas sim e agora aguentem as consequências!

Quando começou todo o processo do impeachment, eu era a única voz entre os fotógrafos que cobrem o Palácio do Planalto que dizia que era um golpe. Chegava todos os dias para trabalhar e, em alto e bom som, soltava um “bom dia mídia golpista!”. No começo, os coleguinhas levavam na brincadeira, mas o tempo foi passando e o golpe se consolidando. Quando o processo passou na Câmara, eu virei alvo de piadinhas nos corredores, coberturas jornalísticas e nos bares. Fui chamado de louco, disseram que eu precisava tomar remédio. Ouvi muita piadinha dentro do Planalto e no Congresso dos fotógrafos machões, homofóbicos, preconceituosos, arrogantes e misóginos. São analfabetos políticos. E, ainda se acham melhores do que qualquer trabalhador por ter uma credencial para entrar nos Palácios. Nos anos do PT, ouvi frases como: “Como o ar esta fedido hoje aqui”, referindo-se aos integrantes de movimentos sociais que participavam de cerimônias. Que nojo! Para esse tipo de gente, pobre não tem direito a frequenter aeroporto. Isso sem falar dos comentários misóginos sobre a presidenta Dilma. É de dar asco! O que esperar de um fotógrafo que fala que o maior problema do casamento são as mulheres?! A misoginia ajudou a derrubar a primeira mulher eleita desse País. Se fosse um homem no lugar dela, não teria passado pelo que Dilma passou. Para esse tipo de gente, as suas mulheres devem ser lindas, recatadas e do lar. Ouvi também dos coleguinhas jornalistas que eu estava remando contra a maré. Era maluco de ser uma voz solitária no meio daquele massacre midiático. Olhares de reprovação. É como se falassem: o que esse petista está fazendo aqui? O jornalismo que idealizamos morreu e um novo jornalismo alternativo está surgindo e expondo as “grandes”redações, que transformaram fotógrafos em meros apertadores de botão. Recebem uma pauta e sequer sabem o que está por trás dela. Há uma grande diferença entre petista e jornalista e espero que procurem no dicionário a resposta.

Agora não querem ser chamdos de golpistas? SÃO GOLPISTAS e a nossa imprensa está na lata de lixo da história, ao contrário da mídia internacional, que enxergou o golpe. Quando estavam batendo na presidenta Dilma não queriam saber o que viria depois, agora aguentem as consequências de ter que ir para as ruas e serem escrachados durante as coberturas das manifestações contra o governo golpista, contra a mídia golpista e contra os corruptos que vocês ajudaram a colocar no poder. Aguentem e paguem pelas mentiras ditas, mentiras fotografadas e por ter ajudado a derrubar uma presidenta eleita com mais de 54 milhões de votos. Não é por acaso que a credibilidade da imprensa vai ladeira abaixo. Os leitores/eleitores estão cobrando. Fizeram agora paguem. Não venham com a desculpa de que são trabalhadores e a culpa é dos donos dos jornais. Vocês são os jornalistas que estiveram na linha de frente na hora buscar as informações e sabiam muito bem o que seus editores queriam e fizeram direitinho para manter seus empregos. Ligaram o foda-se para o País e a democracia. Não tentem arrumar um culpado pelo seus erros, vão ser chamados de golpista sim. Seus chefes golpistas, que ajudaram o golpe, vão continuar nas suas salas com ar condicionado e vocês vão ter que ir para ruas e as ruas os esperam.

Estou na profissão há 35 anos, cobri a redemocratização, reforma constitucional, impeachment do Collor, anões do orçamento e fiz tantas outras matérias maravilhosas. Nos últimos anos, no entanto, a parcialidade virou rotina, omissão, manipulação… dois pesos e duas medidas. O objetivo era tirar o PT do poder. Não vi nada parecido com outros partidos. E hoje, a mídia altenativa, como os jornalistas livres, mídia ninja e tantos outros surgiram com o compromisso com a verdade e a democracia. Ontem fui acusado de viver para ter likes. Nós, verdadeiros jornalistas queremos divulgar a verdade e os likes são resultado do nosso trabalho sério e honesto. Mostramos a verdade, sem manipulação, ao contrário dos veículos tradicionais. Não concordo com a violência e me solidarizo com meus colegas, Lula da Record e Kleiton do UOL, profissionais que respeito. Venceram na profissão e foram atacados por radicais de esquerda. Sigo na luta para acabar com a corrupção e desigualdade social. Minha escola de jornalismo sempre foi a liberdade e democracia. Não faço e nunca vou fazer parte de grupinhos que se comunicam e trocam mensagens pelo WhatsApp para não perderem uma foto e serem demitidos. Meu compromisso é com o leitor. Não tentem arrumar o culpado de tudo que vocês provocaram. Um dia espero que a consciência mostre o quando foram pequenos.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Sinop, onde a Amazônia virou asfalto e soja

Latifúndios. Agrotóxicos. Dinheiro, consumo e concessionárias. Índios expulsos e Amazônia devastada. História de uma regressão, em 40 anos. Pergunta: é esse o projeto para o Brasil?

Por Mauricio Torres e Sue Branford

Logo na entrada, o letreiro “Sinop, capital do Nortão” dá as boas-vindas à cidade localizada às margens da rodovia BR-163, quase 500 km ao norte de Cuiabá, capital de Mato Grosso. Com 125 mil habitantes, Sinop exala prosperidade. No coração do Brasil, o município – que tem apenas quarenta anos de fundação, é repleto de lojas luxuosas que vendem de equipamentos eletrônicos aos últimos lançamentos da moda. Concessionárias ofertam veículos novos e caros, principalmente caminhonetes com tração nas quatro rodas, próprias para rodar nas estradas de terra que ligam as muitas e ricas fazendas ao redor. Ao passear pelo centro da cidade, com suas lojas de fachadas de gosto duvidoso, a mensagem é clara: temos muito dinheiro e não precisamos conter despesas.

Sinop é uma cidade de fronteira instalada no meio da floresta. Sua história é um resumo emblemático da ocupação da Amazônia: as riquezas naturais são gradualmente destruídas ano após ano, e a floresta, os povos indígenas e comunidades tradicionais dão lugar lentamente a estradas, barragens, madeireiras, mineração, agronegócio e a outras formas do que se convencionou chamar de “desenvolvimento”.

Antes e Depois

Os generais faziam questão de ocupar a região com aqueles que chamavam de “verdadeiros brasileiros” — sua maneira de dizer “não-indígenas”.

Até a década de 1950, toda a região de Sinop era originalmente habitada por povos indígenas, particularmente os Kayabi e os Apiakás, além de remanescentes de seringueiros que lá se instalaram no entre-século 19-20. Foi então que o governo reassentou esses povos indígenas de forma obrigatória a centenas de quilômetros de distância dali, no Parque Nacional do Xingu.

Alguns anos mais tarde, a “ocupação” da Bacia Amazônica tornou-se uma obsessão dos generais que comandaram o país durante o governo militar de 1964-1985. Com o argumento de que havia interesses estrangeiros sobre a geração hidrelétrica e acesso às reservas de minérios, os militares invocaram a segurança nacional – um conceito chave da época – e não tardaram em lançar um novo slogan, “Ocupar para não Entregar”, comunicando sua ânsia de “salvar” a região.

Curiosamente, entre esses verdadeiros brasileiros, constavam grandes grupos internacionais como Mercedes-Benz e Volkswagen, que receberam, com amplas facilidades, imensas extensões de terras na Amazônia e fartos subsídios financeiros.

As iniciativas militares se diversificaram. Abriram a enorme rodovia Transamazônica, rasgando a Bacia Amazônica de leste a oeste, e instruíram um projeto ambicioso de trazer famílias sem-terra do Sul e do árido Nordeste para instalarem-se em lotes demarcados ao longo da nova rodovia.

Pipino e os pistoleiros de aluguel

O governo militar também convidou empresários do Centro-Sul do Brasil, que já acumulavam experiência em projetos de colonização de terras, a se implantar em Mato Grosso. Vastas áreas de floresta do MT passaram a ter “donos” – Zé Paraná em Juara, Ariosto da Riva em Alta Floresta e Ênio Pipino em Sinop. Nessa equação, a exuberante floresta, os índios e as comunidades tradicionais entravam apenas como obstáculos a ser superados.

Nascido em uma família de imigrantes italianos em 1917, Ênio Pipino cresceu no interior de São Paulo. Em 1948, criou a Sociedade Imobiliária do Noroeste do Paraná, mais conhecida como Sinop Terras; ele comprava grandes áreas no Paraná por preços baixos e as vendia mais caro, já divididas em lotes pequenos para agricultores familiares. Pipino fundou várias cidades e ganhou muito dinheiro.

O jornalista Silvestre Duarte, que estuda a colonização do Paraná, explicou à reportagem que foi uma época violenta: “O Paraná era como o oeste selvagem americano no século 19, quando todos os conflitos foram resolvidos pela bala”, disse Duarte. O nível de violência empregada para expulsar índios e famílias camponesas foi tamanho que provocou repercussões na imprensa brasileira e no Congresso Nacional.

Ao erguer um império no norte paranaense, Pipino ficou famoso por sua violência. “De meados da década de 1940 até o começo da década de 1960, foi grande a atuação do exército de pistoleiros e jagunços da Sinop nessa região. Sob o comando de Marins Belo e de outros famosos pistoleiros da região, foram desalojadas famílias inteiras de posseiros e assassinadas muitas pessoas, cujos corpos eram jogados no rio Piquiri. Essa foi a marca sinistra dos pistoleiros de aluguel, contratados pela Sinop”, descreve Duarte.

Na primeira oportunidade, Pipino se empenhou em reproduzir, em escala maior, o esquema de assentamento que lhe rendeu fortuna no Paraná. De acordo com Luiz Erardi, arquivista de Sinop, Ênio Pipino e a esposa, Lélia Maria de Araújo Vieira, começaram a visitar o norte de Mato Grosso em 1970. Pipino logo teria comprado uma área de terras de um fazendeiro de São Paulo e arregimentado trabalhadores de Mato Grosso para abrir estradas de terra para tornar a área mais acessível.

Quarenta anos depois, essas terras valem fortunas e os filhos e netos de alguns desse colonos são muito ricos.

Contando com favores dos militares, Pipino acabou se apropriando de 645 mil hectares. As terras que “ganhava” do governo federal eram divididas em lotes e vendidas para famílias sem-terra do Sul.

Ao que parece, o implacável Pipino também sabia ser cativante e amável quando convinha. Para Geraldino Dal’Mazo, o norte de Mato Grosso da década de 1970 era uma região selvagem e sem lei, mas Pipino irradiava sossego e confiança. Dal’Mazo foi um dos primeiros colonos a chegar em Sinop e, conforme contou a The Intercept Brasil, as pessoas se tranquilizaram quando Pipino garantiu que “todos os lotes tinham um título legal”. Entretanto, o direito de Pipino de emitir esses títulos e vender as terras era, na melhor das hipóteses, duvidoso, pois as terras que alienava eram, na sua maioria, públicas.

O início do projeto militar de colonização

Em 1972, os primeiros colonos fizeram a árdua viagem de sete dias do Paraná até Sinop. Em 1975, a migração se intensificaria, como Luiz Erardi explicou: “Teve uma geada que ceifou o cafezal no Paraná. A maioria das famílias foi atingida porque mexiam com café, acabou com café no Paraná. Nessa época também estava em expansão o latifúndio. Veio o grande que tinha dinheiro, ‘tem aí sua chácara, eu dou tanto’. E muitos falam que, com a venda da chácara que tinham no Paraná, compraram fazenda aqui em Mato Grosso.”

Mesmo com fazenda, a vida nas áreas de colonização se mostrou árdua. Os solos por baixo da floresta eram pobres e faltava tudo: assistência técnica, financiamento, infraestrutura etc. O conhecimento tradicional dos camponeses sulistas não se transportou facilmente para um ambiente amazônico desconhecido e diferente. Muitos plantaram café e, mesmo sem a ocorrência de geadas, não faltaram motivos para o fracasso dos cultivos.

“O sujeito vinha quebrado e voltava quebrado e meio”, sintetizou Erardi para explicar a situação das famílias que retornavam ao Sul. Completamente sem dinheiro, acabavam pagando com a terra – e que, até então, não tinha praticamente valor de mercado – para que um vizinho, também colono e dono de um pequeno caminhão, os levassem de volta para o Sul.

Quarenta anos depois, essas terras valem fortunas e os filhos e netos de alguns desse colonos são muito ricos.

Luiz Erardi e sua esposa eram professores no Paraná e, em 1982, chegaram a Sinop, com o projeto de fundar uma escola infantil. Ele conta que faltava energia, pois o gerador a diesel quebrava rotineiramente; que não tinham água aquecida e nem fogão a gás.

“Um domingo de manhã, levantei cedo, era final de novembro, muita chuva. Olhei lá fora, tudo alagado. Fui fazer café e peguei o açúcar e estava todo melado com a umidade. Disse: ‘não é terra de gente, é terra de sapo’. Fui ao quarto e falei para a minha esposa, ‘vamos ajeitar as coisas e ir embora’. Ela, inicialmente, não queria vir para cá. Nossos filhos estudavam, ela estava bem colocada lá no Paraná e tínhamos um fusquinha. Mas quando falei em voltar, ela bateu o pé, ‘eu não quis vir, você forçou para vir, agora não vou voltar’, ela disse. E acabamos ficando. Ainda bem.”

Depois de anos difíceis, Sinop não apenas sobreviveu, mas prosperou. Na medida em que a cidade prosperava, também cresciam as ambições de Pipino, facilitadas graças à amizade com os generais. “Ênio Pipino recebeu muito apoio militar”, nos disse Luiz Erardi. Frequentemente, ele participava de delegações oficiais em viagens ao exterior e era particularmente próximo ao general Figueiredo, que governou o Brasil de 1979 a 1985.

Os generais até dobraram a lei, quando foi preciso. Em 1982, quando escrevia o livro The Last Frontier, Sue Branford encontrou uma carta em um arquivo no escritório do Incra, com data de 25 de março de 1979, na qual Pipino solicitava cortesmente a Paulo Yakota, então presidente do Incra, que lhe desse os títulos referentes a uma enorme área de 2 milhões de hectares, que ele chamava de gleba Celeste e onde já havia estabelecido 3.300 famílias. Ao menos em parte, o pedido parece ter sido atendido, pois a Gleba Celeste foi registrada em nome de Pipino com um terço do tamanho pretendido e, como no Paraná, ele seguiu vendendo as terras e fundando cidades, sempre com nomes de mulheres: Vera, Cláudia e Santa Carmem.

Prosperidade para quem?

Obviamente, nem todos progrediram em Sinop. Na região, é comum dizer que os “teimosos” ficaram e colheram as recompensas, mas essa expressão é quase folclórica: para se tornar um milionário da fronteira, era preciso mais do que teimosia.

De acordo com a professora da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Maria Ivonete de Souza, cujo pai, um trabalhador rural pobre, comprou um lote de terra em um projeto de assentamento mais ao norte, “sempre foi difícil para os colonos que chegaram sem dinheiro. Não foi fácil para os agricultores encontrar uma maneira de cultivar a terra que deu certo. No fim, descobriram que aplicar muitos insumos químicos funcionava bem. Mas até lá os pobres tinham gasto todos seus recursos e nunca ganharam o suficiente para recuperar o que perderam. Quarenta anos depois meu pai é tão pobre como quando chegou”, disse Maria Ivonete. “Ele sempre teve que trabalhar na terra de outra pessoa para fazer face às despesas da família.”

Geraldino Dal’Mazo e Luiz Erardi acham bom ter ficado em Sinop. Erardi foi professor, trabalhou em uma série de empregos dentro do governo municipal e seus netos ascenderam socialmente. Hoje, ele se orgulha de uma neta médica, formada em uma grande universidade. Dal’Mazo ganhou muito dinheiro nos primeiros anos, principalmente com a abertura de postos de gasolina, e se tornou prefeito durante o governo militar. Perdeu tudo na crise econômica brasileira no início dos anos 80; seus filhos, no entanto, enriqueceram.

Demorou mais de uma década em Sinop até que os agricultores descobrissem um tipo de cultivo rentável. Depois de tentativas fracassadas com várias culturas, o irmão de Geraldino Dal’Mazo plantou soja e se tornou o primeiro produtor da região a experimentar o cultivo, que até a década de 80 era pouco conhecido no Brasil. “Plantou 1.500 hectares em 1987 e produziu maravilhosamente bem” falou Dal Mazo. Atualmente, a maioria dos agricultores participa da onda sojeira e plantam milho e algodão na entressafra.

Aparentemente, Sinop é uma cidade próspera, vibrante e que pertence ao Brasil moderno. No entanto, alguns grupos sociais pagaram um preço alto pelo sucesso da cidade – os povos indígenas, as famílias sem terra e colonos sem recursos tornaram-se invisíveis. A floresta, que até a década de 1970 cobria todo o município, foi dizimada: em apenas 40 anos, 2/3 do município foram desmatados.

Dependendo do ângulo e de quem está olhando, Sinop pode ser considerada um território de conquista ou escombros de uma terra arrasada. À medida que nossa reportagem avança rumo ao norte pela BR 163, vamos ao encontro da atual fronteira agropecuária, onde hoje são travadas disputas por terras. É como viajar ao passado de Sinop.

Esta matéria é da série exclusiva “Tapajós sob Ataque”, escrita pela jornalista Sue Branford e pelo cientista social Mauricio Torres, que percorrem a bacia Tapajós. A série é produzida em colaboração com Mongabay, portal independente de jornalismo ambiental. Leia a versão em inglês. Acompanhe outras reportagens no The Intercept Brasil ao longo das próximas semanas.

Fonte: Outras Palavras.


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Por Ivan Canan

Sobre pequenez humana e a morte...
Morreu Marisa Letícia Lula da Silva. Ela foi primeira dama do país por 8 anos. Até porque sua antecessora também recebeu esse "título", era chamada de Dona Marisa. Morreu Dona Marisa, esposa de Lula.
Lula é um político. Não gostamos de políticos. Políticos deveriam ser aquelas pessoas que conseguem fazer quem pensa diferente negociar entre si. Políticos tem manipulado as pessoas que pensam diferente para que briguem entre si para lhes dar poder, enquanto eles negociam entre eles. Não gostamos de políticos porque políticos estão nos fazendo de idiota. Lula é político.
Lula também é um simbolo. Ele, bem intencionado ou não, foi quem melhor liderou a convergência de todos os discursos produzidos dos saberes que emergiram do sofrimento das pessoas em suas vidas privadas de dignidade. Camponeses, mulheres, oprimidos, trabalhadores da industria, pequenos empreendedores, moradores em regiões esquecidas, todo aquele que conseguia expressar dor, e cuja voz se reunia a outros que também expressavam voz pela dor da opressão, todos estes produziram saberes que foram abraçados por Lula. Bem intencionado ou não, ele ouviu esses saberes e tentou, com as elites, negociar para que essas vozes fossem ouvidas. Todo aquele que sente ou sentiu dor, vê nesse simbolismo de Lula algo bom. Podem não gostar do político, mas compreendem a grandiosidade da liderança (e esperam, ansiosos, que outros lideres também ouçam suas vozes).
Dona Marisa, como esposa de Lula, esteve do lado do político e do líder. E neste ponto, é preciso compreender melhor o dia a dia de alguém que ocupe uma liderança. Caso fosse Lula o Paulo Skaf, ele estaria liderando um grupo bastante pequeno em comparação com aquele que liderou. Seriam alguns poucos milhares de empresários. Cada empresário, entretanto, teria tanto dinheiro, que sua influência sobre esse grupo poderia impactar profundamente a sociedade. Todos os recursos lhe estariam disponíveis: poderia comprar propaganda, poderia comprar jovens obcecados para fazer terrorismo nas redes sociais e outros para organizar manifestações. Poderia pagar por manifestações, assim como poderia pagar por pesquisas que indicassem exatamente o que uma professora carioca humanista ou um empreendedor do centro oeste gostariam de ouvir, para incorporar aos seus discursos e fazer com que estes, também, se tornem gratuitamente defensores obsessivos de suas ideias (mesmo que contrariando suas posturas até então defendidas). Com dinheiro, tudo que puder ser mensurado pode ser comprado.
Mas Lula foi o líder que buscou representar a multidão cuja voz saia por lamentos. Cuja miséria não se refletia tão somente na falta de comida para três refeições, mas também no seu vocabulário: pessoas tão carentes que sentem dor mas não sabem como expressá-la. Para liderar esses grupos, não bastava falar o que se queria ouvir: era preciso descobrir o que falar para que estas pessoas se sentissem acolhidas pelo discurso, mesmo tendo elas tão poucas palavras à sua disposição para conversar. E Lula passou sua vida buscando compreender esse discurso, até que conseguiu. Bem intencionado ou não, ele conseguiu com que todo aquele com dor e sem voz se visse incluído nos discursos da cúpula de poder político do país.
Dona Marisa foi a mulher que esteve mantendo uma família para Lula enquanto ele dedicou tempo a dar voz a milhões de oprimidos. Sem os recursos que a mulher de Paulo Skaf tem a sua disposição. Sem também todos os saberes refinados que as filhas da alta sociedade tem à sua disposição desde que nascem.
É agora, minhas queridas e queridos, que lhes convido a refletir sobre a pequenez humana. Se a família é um valor tão importante para nós a ponto de chamar de "Dona" uma matriarca, é dado a Dona Marisa o mérito de receber esse tratamento porque ela o foi, dignamente.
Se a família que ela matriarcou é a mesma que deu condições para que Lula, bem intencionado ou não, liderasse de modo a dar voz para expiar a dor de milhões de oprimidos, então há algo a mais de valor, de mérito. Reforço, para que o insensível compreenda, que estes oprimidos cuja dor é tamanha e cuja miséria é tanta, não conseguem lhes fazer sentido os discursos que explicam que não há dinheiro para se aposentar. Sua dor simplesmente é tanta, que não lhes restará força, nem emprego, nem vida, quando esse trabalho extra chegar, e é essa dor da morte miserenta e certa que querem expressar e que não encontram acolhida nas explicações frias e racionalizadas do ministro Meireles, cujo saber vem do domínio de contas complexas numa planilha de excel. É essa dor que Lula deu voz, e que Marisa o ajudou.
Mas há o lado político. Há os erros de um político que, apesar de seu mérito por ter liderado tendo sido bem ou mal intencionado, há os erros que políticos cometem. E há noticias bombardeadas o tempo todo para tentar lhe provar que Lula foi mal intencionado.
E, politicamente, para destruir o mito, nem o direito da presunção de inocência lhe foi atribuído. Lula já foi condenado na inquisição daqueles que nunca sentiram dor, ou daqueles cuja dor já esqueceram. E se Lula é culpado, então Dona Marisa também o é. E querem tirar-lhe a honra de uma morte respeitosa.
Quando morreu Dona Ruth Cardoso, cujo marido soberbamente se apresentava como um príncipe, cuja educação em Sorbone lhe concedia milhares de palavras para construir seus discursos e cujos saberes eram completamente adequados àquele grupo de pessoas bastante poderosas que reconhecem como líder Paulo Skaf, quando Dona Ruth morreu, Lula decretou três dias de luto oficial.
Agora, por conveniência política, a trajetória de Dona Marisa é relegada ao papel de esposa de político (odiamos políticos. Eles deveriam nos liderar para que conseguíssemos negociar com aqueles com quem não concordamos, para que alcancemos o bem comum. Mas eles estão nos liderando para que briguemos com quem não concordamos para que possam negociar entre si, em favor próprio). E como esposa de político que representou aqueles que não tem voz, qualquer voz que lhe apregoe dignidade é calada.
A verdade é a verdade. A realidade É, independente do quanto alguém esteja disposto a reconhece-la. E a realidade é que Dona Marisa foi esposa do líder, tanto quanto foi esposa de político. E assim como Dona Ruth Cardoso também foi esposa de político, e também foi tratada com dignidade, também assim deve se tratar Dona Marisa por todo aquele que tem a dimensão moral de uma pessoa normal.
Aquelas que não conseguem lhe perceber o valor, estas não tem a grandiosidade de alma que se espera de pessoas comuns. Estas tem a alma pequena.
É importante percebermos, nós mesmos, se nossa alma é pequena ou não. Podemos errar em nossas posturas. Podemos não reconhecer a realidade. Mas se diante da realidade continuamos negando o que é de valor alheio, então sim, somos torpes. Somos pequenos. E se justiça existe no mundo, então é justo que todo aquele de alma pequena seja amaldiçoado.
É o que explicava Fernando Pessoa, com quem vos deixo nessa singela reflexão.
"Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu."
Não esqueçam: Tudo vale a pena se a alma não é pequena!

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Manipulação em massa



Noam Chomsky é um linguista, filósofo, cientista cognitivo, comentarista e ativista político norte-americano, reverenciado em âmbito acadêmico como “o pai da linguística moderna“, também é uma das mais renomadas figuras no campo da filosofia analítica. (Fonte)

“Em um estado totalitário não se importa com o que as pessoas pensam, desde que o governo possa controlá-la pela força usando cassetetes.

Mas quando você não pode controlar as pessoas pela força, você tem que controlar o que as pessoas pensam, e a maneira típica de fazer isso é através da propaganda (fabricação de consentimento, criação de ilusões necessárias), marginalizando o público em geral ou reduzindo-a a alguma forma de apatia” (Chomsky, N., 1993)

Inspirado nas idéias de Noam Chomsky, o francês Sylvain Timsit elaborou a lista das “10 estratégias mais comuns de manipulação em massa através dos meios de comunicação de massa“

Sylvain Timsit elenca estratégias utilizadas diariamente há dezenas de anos para manobrar massas, criar um senso comum e conseguir fazer a população agir conforme interesses de uma pequena elite mundial.

Qualquer semelhança com a situação atual do Brasil não é mera coincidência, os grandes meios de comunicação sempre estiveram alinhados com essas elites e praticam incansavelmente várias dessas estratégias para manipular diariamente as massas, até chegar um momento que você realmente crê que o pensamento é seu.

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1. A Estratégia da Distração

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio, ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes.

A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir o público de interessar-se por conhecimentos essenciais, nas áreas da ciência, economia, psicologia, neurobiologia e cibernética.

Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real.

Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais.

2. Criar problemas e depois oferecer soluções

Este método também é chamado “problema-reação-solução“. Se cria um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja aceitar.

Por exemplo: Deixar que se desenvolva ou que se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas desfavoráveis à liberdade.

Ou também: Criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos. (qualquer semelhança com a atual situação do Brasil não é mera coincidência).

Este post PORQUE A GRANDE MÍDIA ESCONDE DE VOCÊ AS NOTÍCIAS BOAS? retrata bem porque focar nos problemas é interessante para grande mídia.

3. A estratégia da gradualidade

Para fazer que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Foi dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas, neoliberalismo por exemplo, foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990.

Estratégia também utilizada por Hitler e por vários líderes comunistas. E comumente utilizada pelos grandes meios de comunicação.

4. A estratégia de diferir

Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e necessária“, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura.

É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente.

Depois, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “amanhã tudo irá melhorar” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia da mudança e aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5. Dirigir-se ao público como crianças

A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse uma criança de pouca idade ou um deficiente mental.

Quanto mais se tenta enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante.

Por quê? “Se alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como as de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade.”

6. Utilizar o aspecto emocional muito mais do que a reflexão

Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e finalmente no sentido crítico dos indivíduos.

Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou injetar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos.

7. Manter o público na ignorância e na mediocridade

Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão.

“A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores e as classes sociais superiores seja e permaneça impossível de ser revertida por estas classes mais baixas.

8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade

Promover ao público a crer que é moda o ato de ser estúpido, vulgar e inculto. Introduzir a idéia de que quem argumenta demais e pensa demais é chato e mau humorado, que lhe falta humor de sorrir das mazelas da vida.

Assim as pessoas vivem superficialmente, sem se aprofundar em nada e sempre ter uma piadinha para se safar do aprofundamento necessário a questões maiores.

A idéia é tornar qualquer aprofundamento como sendo desnecessário. Pois qualquer aprofundamento sério e lúcido sobre um assunto pode derrubar sistemas criados para enganar a multidão.

9. Reforçar a auto-culpabilidade

Fazer com que o indivíduo acredite que somente ele é culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, suas capacidades, ou de seus esforços.

Assim, no lugar de se rebelar contra o sistema econômico, o indivíduo se auto desvaloriza e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação. E, sem ação, não há questionamento!

10. Conhecer aos indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem

No transcurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado uma crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dominantes.

Graças à biologia, a neurobiologia a psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado sobre a psique do ser humano, tanto em sua forma física como psicologicamente.

O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior que dos indivíduos sobre si mesmos.

manipulacao-em-massa

Nós do Yogui.co acreditamos que para se manter desperto e apto a tomar decisões sem sermos massa de manobra devemos nos auto-conhecer, o caminho mais profundo de auto-conhecimento é a meditação (ao nosso ver).

A simples tarefa de olharmos internamente para cada nuance de nosso ser e questionar cada célula, cada pensamento é o caminho básico para quem deseja despertar de toda essa manipulação que foi pensada e estrategiada para nos manter dispersos.

Fonte: http://yogui.co/10-estrategias-de-manipulacao-em-massa-utilizadas-diariamente-contra-voce/

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Ivan Canan sobre impeachment

Sobre o impeachment: acabou a fase do horror.

A barbárie que foi a sucessão de argumentos radicais, misturados a argumentos fascistas e argumentos oportunistas, para explorar toda e qualquer fragilidade do governo Dilma se esgotou. Não há mais governo Dilma.
Agora há o que há: o registro histórico do golpe. Os golpistas, envergonhados, sabem disso, e buscam registrar na história os argumentos que justificariam o golpe - seria um golpe necessário? seria um golpe de todos contra um grupo que tomou o poder? seria esse golpe uma coisa "boa"? Buscam contextualizar isso, mas não há como fugir do fato que é um golpe.

Resta, claro, saber como a história irá julgar o golpe. Talvez o governo ilegitimo Temer (ilegitimo porque irá fazer reformas que jamais passariam por uma eleição) seja tão bem sucedido que as pessoas passem a entender que o correto é ser golpista! Quem sabe não será o correto ser bandido (aliado de Cunha) elitista (que corta tributos de ricos e direitos de pobres)? Quem sabe não será correto ser "mau"?? (talvez teremos problemas com as religiões, caso elas queiram ser coerentes com conceitos de bem e mal... mas nada que não possa ser modificado também).

Enfim, a probabilidade da história redimir as atuais vitimas do golpe (Dilma, obviamente, e todos que nela votaram), já faz as redes sociais se entulharem de rostos sorridentes em selfies pela esquerda brasileira e, porque não, dos isentões esclarecidos.
Quanto à direita, está trabalhando de modo pragmático para a próxima eleição. E a missão é clara. Lula precisa estar na cadeia ou inelegível, porque qualquer caso contrário, será eleito.

Gente, entendam. Se Lula não puder concorrer, concorrerá Chico Buarque!!!!
Não tem outro jeito. Literalmente, perdeu playboy!!!!

Fonte: Ivan Canan.